Press - Reviews
11th May 2009
Schizo Level review, My Secret Place

ThanatoSchizO
Schizo Level
CD, Misdeed Records, 2001


No início chamavam-se apenas Thanatos e depois de se terem estreado com um MCD em edição de autor, mudam de nome para não serem confundidos com a banda holandesa (creio eu) de Death Metal do mesmo nome. Acho que a escolha de nome não poderia ser mais acertada, não foge totalmente ao que era e acrescentam algo que vai de encontro à sua identidade, principalmente aqui neste primeiro álbum. Assim nasceram os ThanatoShizO. E schizo é mesmo o que temos aqui, uma manta de retalhos de estilos e orientações. Não sei se é devido à longa duração do álbum (quase 70 minutos) ou da sensação de tentar ir a todas e depois acabar por não ir a nenhuma, pelo menos em concreto. Vamos ser sinceros, não é um álbum de fácil audição, mas provavelmente essa não foi a intenção. O início promete com a intensa RAW e a que é para mim a melhor do álbum, Suturn, ambas a terem um certo sabor a Cradle Of Filth - em certos momentos penso mesmo que estou a ouvir o VEMPIRE ou o Dusk... - e posteriormente vamos tendo alguns sabores étnicos com a Patheon (as in Strip-Tease) - que raio de nome este - cujo riff se torna viciante, talvez de tão invulgar que é. A Withering Art tem uma melodia de piano que irrita, no bom sentido, se tal é possível, extremamente catchy, a transposição para as guitarras é que já não tem o mesmo efeito. Na Nightmares Within, com um início extremamente eficaz e bem conseguido - não fosse o efeito de guitarra enjoativo - também temos uma das melhores faixas, onde a voz de Patrícia tem o seu melhor momento. O momento mais desinspirado vem talvez a seguir,com o recitar de um poema de José Régio, Cântico Negro, e com a Tigers Doom, algo irritante. Tanto na baixo slap do início como nos efeitos das guitarras. Momento para respirar com a Love & Breath (Rebind Of Thy Restless Mess I) que serve como introdução para a A Day (Rebind Of Thy Restless Mess II), que tem um riff de guitarra para lá de viciante e que no seu todo nos faz lembrar a melancolia patente nas bandas de Death Metal portugesas na segunda metade da década de noventa. Um instrumental de baixo para intervalar mais uma vez a coisa em Big Bang e depois Nausea a ter um certo cheiro a progressivo - não sei porquê Fates Warning vem-me à mente, mas se calhar amanhã surge outra banda qualquer. Com Thanatos regressa o peso (embora este algo ineficaz) e os bons riffs. A Weird Curse, dividida em três) vai variando entre os diversos apontamentos electrónicos irritantes de Metamorphosis e uma melodia de piano a fazer lembrar o grande riff da The Return e Nightmare After (sinceramente não sei se esta última parte não será o silêncio antes de anteceder o final do disco.Resumindo, é uma valorosa estreia mas acaba por ter acertar tantas como as que falha. Fica um certo sentimento de vazio quando acaba e embora vá de encontro em pleno ao conceito da banda para este primeiro álbum, o que é certo é que esse mesmo conceito não se traduz num bom álbum, mais num conjunto de algumas boas canções em conjunto com algumas menos boas. Vivendo e aprendendo. De qualquer maneira é um primeiro grande passo para aquela que se tornou uma das grandes bandas do som extremo nacional, pela ambição demonstrada e pela obra feita. [3,1/5]
5 CDs + 1 EP
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