17th October 2008
Guilhermino's opinion article, ÐÆΜΟΠΙ∨Μ

A (eterna) necessidade de um circuito de clubes em Portugal

Desde a criação de ThanatoSchizO que sentimos necessidade de tocar ao vivo. Não faria sentido de outra forma: a música que criamos na sala de ensaios serve para nos estimular, mas a satisfação é maior quando os temas são apresentados num palco. Num palco com condições mínimas de altura, som e luz. E quantas salas existem em Portugal com estas características mínimas? Pouquíssimas, infelizmente. Há cerca de três semanas ThanatoSchizO tocou, pela primeira vez, no In Live da Moita. Logo que me apercebi da qualidade da sala e do material, o primeiro comentário que teci foi o da necessidade de haver um clube como esse em pelo menos todas as capitais de distrito de Portugal. Ao longo dos anos fomos vendo clubes aparecer e desaparecer com uma rapidez estonteante, muitas vezes - mas não só - por evidente ganância e falta de tacto das gerências. Em 2000 conseguimos o feito de co-organizar (juntamente com Holocausto Canibal e The Firstborn) uma tour nacional que se estendeu ao longo de várias semanas. Infelizmente, os tempos eram outros e as exigências das bandas também, embora nenhuma delas tenha perdido dinheiro com a aventura. Na época, a única solução para possibilitar os concertos era transportarmos o próprio P.A. para as salas. No entanto, sempre acreditámos que, com o decorrer dos tempos, fosse natural as salas investirem em material próprio. Pura ilusão! Ainda hoje somos contactados por bares que nos apresentam convites para tocar ao vivo. Quando pergunto qual o rider técnico da sala, a resposta acaba, na maioria das vezes, por ser um enorme ponto de interrogação. A implementação de um circuito de bares (com condições mínimas) no nosso país iria incrementar fortemente a cena nacional, permitindo aos grupos apresentarem-se ao vivo de uma forma quase constante e estimulando uma sã competição com a qual todos teriam a ganhar. Dado o panorama apresentado, resta às bandas (principalmente àquelas ainda sem créditos firmados) optar por, simplesmente, não se apresentarem ao vivo ou, ao invés, darem uma série de concertos em condições quase humilhantes, recebendo um cachet irrisório. É o país que temos.
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