Press - Interviews
20th May 2008
Interview for ÐÆΜΟΠΙ∨Μ

"Zoom Code" é ainda uma criança. Mais um rebento do sempre produtivo "útero" nacional, no que ao metal diz respeito. São dez anos de carreira, repartido em quatro discos e foi também por aí que metemos conversa com Guilhermino Martins, guitarrista do grupo de Santa Marta de Penaguião. Os ThanatoSchizO.

Acredito que cada obra que tenham em mãos achem que é a melhor. Quais são os pontos que vos permitem distanciar dos álbuns anteriores?
A cada vez maior preponderância das vozes no nosso som, a grande importância que atribuímos a certos pormenores (tais como a panóplia de sons que vão desfilando no background dos temas) e, acima de tudo, a maturidade na composição.

Creio que há um momento ( e esta ideia será transporta para a review a fazer ao disco) em que vocês dão uma viragem de 360º com o "Insomniousnightlift". Concordas? Refiro-me a um estabilizar de sonoridade e de ideias...
Absolutamente. A partir do nosso segundo álbum começámos a preocupar-nos em escrever verdadeiras canções, em sentido restrito. Digamos que foi o primeiro passo nesse caminho.

Esta pergunta é quase uma tradição... mas optaram por gravar nos Rec n' Roll, naquela que se pode dizer que já é a vossa casa. Ainda estão numa fase da carreira que se pode dizer que os discos ganham corpo em estúdio?
Não, nós dedicámos cerca de meio ano à pré-produção destes temas, pelo que quando chegámos a estúdio os riffs, as estruturas e as melodias já vão perfeitamente definidas. É claro que, por vezes, é necessário mudar uma ou outra nota num solo ou numa linha de voz secundária, mas o trabalho criativo é todo esgotado na pré-produção dos nossos álbuns.

Corrige-me se estiver errado, mas a pré-produção foi feita por vós, nos Blind Studios. Que detalhes se podem sublinhar quando uma pré- produção é feita pela própria banda?
Exacto. Fazemos uma pré-gravação de todos os temas e isso permite-nos perceber se há alguma coisa a mudar, a simplificar, a optimizar. No fundo é como que uma antecipação daquilo que vamos ter de fazer nos Rec’n’Roll e que nos possibilita poupar imenso tempo em estúdio aquando das gravações finais.

Inversamente ao local de gravações, onde têm optado sempre pelo mesmo local, a nível editorial não têm conseguido estabilizar. Como chegaram à My Kingdom?
É um facto. A My Kingdom Music dispõe de um catálogo interessante – a título de exemplo, já sigo há alguns anos os Crowhead e os Rain Paint (bem como os Klimt 1918 que, entretanto, transitaram para outro selo) e era uma editora com quem já tínhamos estabelecido contacto há alguns anos. Quando os seus responsáveis ouviram a versão pré-masterizada do novo álbum, fizeram-nos imediatamente uma entusiasta proposta.

Entretanto cada vez mais vemos bandas nacionais a conseguir lançar discos por selos estrangeiros, independentemente da sua dimensão. Bom sinal não achas?
Sem dúvida. Nos últimos anos o nível qualitativo das bandas e dos próprios lançamentos tem subido, pelo que essa cada vez mais ampla internacionalização acaba por ser uma consequência lógica.

Arrisco-me a dizer que qualquer dia reclamamos por não vermos mais nomes em editoras de maior nomeada, não te parece?
Penso que por ora ainda não é caso para isso, mas, a este ritmo, arrisco-me a dizer que a tua profecia se vai, eventualmente, confirmar!

Voltando ao disco... já te perguntei uma vez isto, mas como seriam os ThanatoSchizO se começassem com "Zoom Code"? Possivelmente menos... Schizo (Risos)
Não consigo imaginar esse cenário, sou-te sincero. Todos os nossos álbuns são fruto de um caminho que começou há dez anos atrás. InsomniousNightLift não seria possível sem Schizo Level; Turbulence teria sido impossível sem os dois primeiros registos e Zoom Code é a soma de tudo de bom que os anteriores lançamentos apresentavam, ao que se junta a nossa própria evolução como músicos e pessoas.

Última pergunta. Num ano cheiíssimo ao nível de lançamentos nacionais... quais te despertam mais curiosidade?
Invisible Flamelight e Trivial Y – 2 bandas transmontanas. E o novo álbum dos Firstborn, uma banda com quem, a meu ver, partilhamos um saudável instinto rumo à criação de um universo musical cada vez mais person

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