Press - Reviews
15th January 2002
schizo level review, Blitz #898
ThanatoSchizO "schizo level"
CD Misdeed Records 2001
Os instrumentos de sopro que nos embalam durante a primeira parte de «Raw», o tema que serve de introdução a este longa-duração de estreia dos portugueses ThanatoSchizo, tornam bem claro que estamos perante um colectivo cheio de ideias inovadoras.
Neste mesmo tema esses instrumentos de sopro vão posteriormente cruzar-se com guitarras distorcidas, ritmos frenéticos e vocalizações agonizantes, mostrando que -- como o título deste trabalho tão bem indica -- a música tocada por este quinteto oriundo de Santa Marta de Penaguião vive à base de dicotomias estranhas, desconfortáveis e difíceis de imaginar.
O projecto -- que até há pouco tempo era conhecido apenas como Thanatos -- começou a dar os primeiros passos há cerca de quatro anos, partindo da «necessidade de fazer algo diferente daquilo que se estava a tornar o (previsível) habitual na cena heavy metal».
Pelo menos é isso que garante o comunicado de imprensa que acompanha este disco, uma afirmação comprovada pelo lançamento de «Melégnia» e por todos os espectáculos que se seguiram ao lançamento desse EP.
O problema é que até aqui o material apresentado pelo colectivo era, de facto, bastante original, mas pecava por uma falta de orientação estrutural. Esse problema aparece totalmente diluído em «Schizo Level», uma colecção de canções (agora no verdadeiro sentido da palavra) que espelham bem o vasto leque de influência dos músicos envolvidos no projecto.
Parece que a banda aprendeu finalmente a estruturar as suas ideias, mostrando que a fusão de estilos não vive apenas da colagem aleatória de dicotomias. Ao longo dos 65 minutos que compõem este lançamento somos confrontados com uma série de ambientes díspares, que nos surpreendem (sem dó nem piedade) a cada minuto que passa.
Do black metal ambiental de «Suturn» à estranheza de «Weird Curse», passando pelas influências étnicas de «Patheon (as in Strip-Tease)», pelos ambientes operáticos de «Withering Art», pelo psicadelismo inicial de «Nightmares Within» ou pela beleza de «Cântico Negro» (um poema de José Régio).
Em termos de produção ainda há arestas óbvias a limar -- e um disco não se faz apenas de boas ideias -- mas há que lhes dar valor, nem que seja apenas pela enorme vontade de mudar patente nos esforços dos ThanatoSchizo.
(7/10)
José Rodrigues
ThanatoSchizO "schizo level"
CD Misdeed Records 2001
Os instrumentos de sopro que nos embalam durante a primeira parte de «Raw», o tema que serve de introdução a este longa-duração de estreia dos portugueses ThanatoSchizo, tornam bem claro que estamos perante um colectivo cheio de ideias inovadoras.Neste mesmo tema esses instrumentos de sopro vão posteriormente cruzar-se com guitarras distorcidas, ritmos frenéticos e vocalizações agonizantes, mostrando que -- como o título deste trabalho tão bem indica -- a música tocada por este quinteto oriundo de Santa Marta de Penaguião vive à base de dicotomias estranhas, desconfortáveis e difíceis de imaginar.
O projecto -- que até há pouco tempo era conhecido apenas como Thanatos -- começou a dar os primeiros passos há cerca de quatro anos, partindo da «necessidade de fazer algo diferente daquilo que se estava a tornar o (previsível) habitual na cena heavy metal».
Pelo menos é isso que garante o comunicado de imprensa que acompanha este disco, uma afirmação comprovada pelo lançamento de «Melégnia» e por todos os espectáculos que se seguiram ao lançamento desse EP.
O problema é que até aqui o material apresentado pelo colectivo era, de facto, bastante original, mas pecava por uma falta de orientação estrutural. Esse problema aparece totalmente diluído em «Schizo Level», uma colecção de canções (agora no verdadeiro sentido da palavra) que espelham bem o vasto leque de influência dos músicos envolvidos no projecto.
Parece que a banda aprendeu finalmente a estruturar as suas ideias, mostrando que a fusão de estilos não vive apenas da colagem aleatória de dicotomias. Ao longo dos 65 minutos que compõem este lançamento somos confrontados com uma série de ambientes díspares, que nos surpreendem (sem dó nem piedade) a cada minuto que passa.
Do black metal ambiental de «Suturn» à estranheza de «Weird Curse», passando pelas influências étnicas de «Patheon (as in Strip-Tease)», pelos ambientes operáticos de «Withering Art», pelo psicadelismo inicial de «Nightmares Within» ou pela beleza de «Cântico Negro» (um poema de José Régio).
Em termos de produção ainda há arestas óbvias a limar -- e um disco não se faz apenas de boas ideias -- mas há que lhes dar valor, nem que seja apenas pela enorme vontade de mudar patente nos esforços dos ThanatoSchizo.
(7/10)
José Rodrigues
