Press - Reviews
10th November 2004
Turbulence review, Semanário Académico #18

Thanatoschizo “Turbulence”

Click for a larger viewEstamos em 2004 e o panorama nacional e internacional do metal tem agora uma nova vertente: sucumbida a ressaca da enésima geração do então “Nu-Metal”, há agora que dar lugar ao chamado “Metal-Core”, que internacionalmente tem as suas potências como os Killswitch Engage, All That Remains ou ainda Unearth. A nível tuga temos os More Than A Thousand ou porque não uns The Temple.
Mas visto que o metal não vive só de modas, eis que temos no mercado nacional uma banda que, apesar de ser underground, tem já uma vasta legião de seguidores admirando o seu culto. “Turbulence” é o terceiro registo dos transmontanos, e ao colocarmos a rodela no leitor, somos assaltados com um estrondo... e é mesmo uma bomba o que brota do hi-fi ao longo de 52 fabulosos minutos. O riff contagiante de “Sweet Suicidal Serenade” dá inicio a uma viagem por ambientes verdadeiramente belos, misto da batalha melodia vs. poder. Com uma percussão viciante em que o headbang é constante, há que ter em conta o excelente jogo de guitarras e vozes, apoiados por uma linha de baixo no mínimo notória. Como se não bastasse, somos ainda acompanhados por belas atmosferas criadas pelo não menos excelente trabalho da secção de teclas. Temas como “Soured Memory” e “Untiring Harbour” transportam-nos para campos mais suturnos mas não menos luminosos, enquanto que “In Existence” e “Traces” mostram-nos a vertente mais melódica do sexteto, sendo de salientar que esta última está muito perto do que se designa ser uma musica perfeita dentro do estilo criado por estes músicos. O single “Freedom Subways” é o tema mais directo da obra, salientando o magnifico refrão que parece que se cola ao ouvido, dando-nos vontade de o soltar cá para fora enquanto o ouvimos. Para finalizar temos a chamada cereja no topo de um delicioso bolo: “Void”, com as suas influências arábicas, relata-nos uma musica feita sem quaisquer tipo de preconceitos, misturando estilos e sentimentos ao longo de 10 minutos.
“Holding the fire to end the storm” é o slogan actual do grupo, e o que temos aqui é sem sombra de dúvidas o projecto mais refrescante dos últimos anos no panorama do sistemático underground nacional. A mistura final dá origem a um som eclético, designado de “Schizo-Metal”. Certamente um dos melhores de 2004 no metal português, e porque não, internacional.

Nuno Costa
5 CDs + 1 EP
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