Live review of the gig at Festirock (Montijo, Portugal) (09.12.05), Blast

A encerrar a noite, a banda mais famosa de Sta. Marta de Penaguião (Trás-os-Montes): os ThanatoSchizO. A temperatura negativa que o pavilhão tinha já tinha enviado para casa alguns dos menos resistentes - leia-se mariconços - mas os presentes apreciaram a banda do principio ao fim da actuação. A abrir, «Sweet Suicidal Serenade», do álbum «Turbulence». Um tema que, por tão genial, não se deixou estragar pelo som confuso que o recinto impunha. «Sweet Suicidal Serenade» serve para espelhar o perfil da banda: riffs death pesadíssimos alternam com passagens quase góticas e à voz ‘grotesca’ sobrepõe-se o cândido tom da vocalista Patrícia. A banda queria uma reacção mais efusiva do público e, por entre os temas, o guitarrista Guilhermino pedia, inconformado, via gestual, mais interesse e garra aos presentes. Aos poucos foi conseguindo, mas o frio e o cansaço já haviam debelado muitos. Momento intenso foi o êxtase de entusiasmo do vocalista da banda, quando em «Love & Death» (de «Melégnia») dizia: “ainda me lembro deste tema como fã de Thanatos”. Um momento muito conseguido, ainda que transfigurado face à gravação original. Patrícia tanto estava em palco como ia para o backstage, esperar ‘a sua vez’ num novo tema. Foi o que aconteceu em «Void», um momento que faz, por vezes, lembrar o etnicismo de Aghora, e que enalteceu a prestação da vocalista. Tal como nas três primeiras actuações da noite, também a prestação de ThanatoSchizo foi curta e isso garantiu que os verdadeiros apoiantes do conjunto estivessem ‘com a banda’ até ao fim. Eram poucos mas bons, e no final da actuação o grupo não revelava conformismo, mas sim realização, num concerto algo ‘sui generis’, pela tão evidente escassez de público.

João Matos