Press - Reviews
19th May 2008
Zoom Code review, Loud!

Thanatoschizo
Zoom Code
CD, My Kingdom Music, 2008


Click for a larger viewAntes de qualquer análise mais objectiva ao novo disco dos ThanatoSchizO, deva assinalar-se o enorme feito que é atingir a marca #4 em quantidade de álbuns num país como Portugal. Ainda para mais numa década de existência e com base de operações montada no interior do país, em Santa Marta de Penaguião. «Zoom Code» vale, só por isso, mérito adquirido, enaltecido pela edição internacional facultada pela editora italiana My Kindom Music, isto depois do grupo já ter lançado dois discos pela extinta britânica Rage Of Achilles. Posto isto, refira-se que o sexteto transmontano mantém a sua senda evolutiva e bem empenhados foram os dois anos na composição e preparação deste sucessor de «Turbulence». As múltiplas ambiências de uma sonoridade difícil de catalogar já sopram maturidade e é justamente nessa indefinição que reside uma das virtudes dos ThanatoSchizO – a sua ambivalência artística. Às costelas étnica, progressiva, agressiva e atmosférica juntam-se aqui os contributos próprios de ilustres convidados, sublinhando a ponte entre o death metal e a world music como alguém já os descreveu, e bem. Esses convidados são apenas mais-valias porque a banda já mostrou potencial próprio para conceber material inovador e de qualidade, sendo que «Zoom Code» ratifica esse talento. São eles Timb Harris dos Estradasphere, que empresta enorme alma com o violino em «L.», Zweizz dos Fleurety, que sugere texturas sintéticas a «The Shift», e dois músicos portugueses – Francisco Pina e António Pereira, este com belos apontamentos de concertina num par de temas. Muito mais liberto das inspirações Opeth que marcaram o anterior registo, o grupo prima aqui pela burilação de um som cada vez mais próprio, tendo especial relevância a dualidade vocal entre Patrícia Rodrigues e Eduardo Paulo. A produção de Luis e Paulo Barros nos estúdios Rec’n’Roll também está em bom nível, coadjuvada pela masterização de Tommy Newton na Alemanha – ainda assim, é de notar um excesso de frequências agudas no som final obtido. Um conceito lírico e estético aberto à interpretação convergem no bom aspecto audiovisual de todo o trabalho, onde nenhum tema se destaca de sobremaneira. E isso deve ser bom sinal. [7.7]

Nelson Santos
5 CDs + 1 EP
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